quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um barco, um amor, uma viagem...


Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.

Caio Fernando de Abreu

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Caixinha de Música...

 

João de Barro 

(Leandro Léo)

O meu desafio é andar sozinho
Esperar no tempo os nossos destinos
Não olhar pra trás, esperar a paz
O que me traz
A ausência do seu olhar
Traz nas asas um novo dia
Me ensina a caminhar
Mesmo eu sendo menino aprendi
Oh meu Deus me traz de volta essa menina
Porque tudo que eu tenho é o seu amor
João de Barro eu te entendo agora
Por favor me ensine como guardar meu amor









domingo, 10 de abril de 2011

Mais uma Maria.

Maria não era uma mulher de vinte e poucos anos bem resolvida na vida. Ela não tinha tanto dinheiro, um carro incrível, um apartamento sempre limpo e vida sexual ativa. Maria tinha uma faculdade, provas que ela ia mal, uma diarista que falava demais, o chuveiro com problemas e uma calça jeans que ñ entrava. Maria era bonita, mas ñ tinha sorte com o amor, tinha muitos amigos mas se sentia vazia, e chorava, xingava, tomava porres gigantescos por causa de um ex namorado. Maria é o tipo de mulher que chora até hoje por um ex namorado.
Um dia Maria passou por ele, lindo como sempre, aqueles olhos ridiculamente verdes (verde azeitona,sabe-se lá, era difícil de explicar,mas era um verde só dele), aquela cara de filho da puta bem resolvido,e viu as mulheres comentando, porque era isso qe elas faziam quando ele passava, mas ele era um babaca destruidor de egos, dizia ela.
-Maria...quanto tempo,tudo bem?
-É,tudo
-Pois é, eu sinto falta daqueles nossos cinemas,precisamos ir um dia.


Pronto,a merda estava feita.

Cineminha na cabeça de Maria significava um retorno e um namoro feliz, filhos lindos e sujos de areia, um amor e uma cabana, um labrador e uma biblioteca, logo isso, “cineminha” , que na cabeça dele era apenas “sexozinho casual” e pizza depois. Maria então marcou o cinema para a sexta e o casamento para o próximo ano, e colocou o perfume que ele gostava, a roupa que ele gostava e fez do seu quarto um verdadeiro memorial ao ex.
E então foi ao cinema. Filme incrível,diretor foda,mãos dadas,cabeça no ombro,beijos apaixonados, olho no olho, o cigarrinho depois, as risadas de sempre, as mesmas implicâncias e assim ela tinha certeza que aquele amor tinha voltado completamente.
Pensou que os tempos de mau humor e abstinência tinham ido embora para sempre e se viu sexualmente feliz e com o coração resolvido, um sorriso de dar inveja e a vida melhor do que nunca. Foram para casa,dormiram de conchinha,tomaram café juntos e ele foi embora.
No dia seguinte ela esperou a ligação. Desmarcou compromissos,marcou cabeleireiro, fez pé, mão, enfim, fez merda, pois passou o dia todo esperando ele ligar. Meia noite e nada, ele não tinha aparecido, e assim Maria voltou para a casa com problemas no chuveiro, a diarista que falava demais, as folhas da faculdade, a calça jeans que não entrava e um espelho imenso que refletia sua cara de otária, apenas com o cabelo e unhas mais bonitas, mas a cara de otária que ela reconhecia bem, cara de quem tinha se ferrado mais uma vez. 

E então ela dormiu esparramada naquela cama maior que seu orgulho próprio, e chorou o dia seguinte, e o seguinte, e o seguinte, e dias depois ela foi a uma festa,mas não se divertiu, não aproveitou, nem conheceu alguém “Pois a vida é assim mesmo Maria” , simplesmente não acontece.

Maria hoje continua sem ser uma mulher de vinte e poucos anos bem resolvida com a vida, mas Maria é bonita,só não tinha sorte com o amor, tinha muitos amigos mas ocasionalmente se sentia vazia, e chorava, sofria, xingava, tomava porres gigantescos por causa de um ex namorado.
Maria é o tipo de mulher que chora até hoje por um ex namorado.
Mas pelo menos hoje em dia, não vai mais ao cinema. (Ela aprendeu que a vida é assim mesmo, simplesmente não acontece).

The End.

 Não sei quem foi o autor, por isso não tenho como colocar os créditos.

 

Uma ótima semana pra gente,

Juli

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Um certo sms

Acordo e antes mesmo de abrir os olhos te procuro. 

Ou melhor, procuro um pouquinho de vc que tem em mim. 

Passo minha mão pela cama e lá está ele. 

Sorrio, antes mesmo de apertar a tecla “ler” 

Sei que tudo que vem de você é bom... 

...e lindo... te lendo... sorrindo... 

Como uma flor que se abre feliz quando vê seu sol.

 

Juli.